Ousmane, natural do Senegal, artista em Brasília-DF
Moda
Ousmane deixou o Senegal e chegou ao Rio de Janeiro em 2013. Inicialmente, trabalhou no setor da construção civil, onde enfrentou episódios de racismo e xenofobia. Mesmo assim, trouxe com ele um pouco de sua cultura para o Brasil.
“Em 2015, comecei a trabalhar com arte, algo que é natural para descendentes africanos, e os brasileiros são muito interessados na nossa cultura”, explica.
Foi então que Ousmane fundou o Dior Thiam, um empreendimento batizado em homenagem à sua mãe. O negócio, voltado para a moda africana, começou em Niterói. Porém, durante a pandemia, o empreendedor optou por recomeçar em Brasília-DF.
Ousmane conta que se formou em Design de Moda pelo Senac e começou a produzir peças exclusivas, como bolsas, roupas e acessórios, utilizando tecidos importados do Senegal. Atualmente, ele atende clientes em seu ateliê em Brasília, faz cenografia para eventos importantes, participa de feiras e entrega seus produtos para todo o Brasil.
“Eu faço todos os processos: crio, desenho, costuro e inovo. Quando trabalho com cenografia, também faço reciclagem; por exemplo, uso a borracha de pneus usados para criar assentos”, explica.
Para Ousmane, entretanto, um dos aspectos mais significativos de seu trabalho é mostrar a força de ser uma pessoa africana no Brasil.
“Temos muito orgulho de ser afrodescendente. Como refugiados e migrantes, a tristeza faz parte da nossa vida, mas a felicidade também. Tem formas de mostrar que somos capazes, que somos pessoas que contribuem, inclusive economicamente, para o desenvolvimento desse país. Então, eu faço isso por todos nós”, finaliza.
Hoje, Ousmane é casado com uma mulher brasileira, escritora e quilombola.
(Texto incluído na plataforma em setembro de 2024)