Esmatullah, natural do Afeganistão, costureiro em Osasco-SP

Com o Talibã no poder, o afegão Esmatullah, aos 18 anos, se viu forçado a mudar de vida. Conseguiu um visto humanitário e veio sozinho ao Brasil em novembro de 2022. Até conseguir vaga em um abrigo, o jovem permaneceu no aeroporto de Guarulhos por dois meses. Em 25 de dezembro, conheceu o casal de voluntários brasileiros Charles e Sheila. A comunicação acontecia por meio de um aplicativo de tradução, uma vez que Esmat, como é carinhosamente chamado, não falava inglês nem português.

O que começou como conversas diárias se transformou em afeto, e os três se tornaram uma família. Esmat foi morar com eles em Osasco e recebeu a orientação da mãe brasileira de priorizar os estudos, algo inédito para o rapaz, que começou a trabalhar aos 12 anos com costura. Ainda adolescente, chegou a trabalhar 18 horas por dia para contribuir com o sustento de sua família afegã. Como o jovem ainda não era alfabetizado, Sheila dedicou algumas semanas para o ensinar o básico do português, permitindo que Esmat pudesse participar de cursos do idioma, incluindo um on-line e outro presencial.

À medida que dominava o idioma, Esmat fez um pedido ao casal: desejava trabalhar para poder ajudar sua família biológica, que atualmente reside no Irã. Ele ganhou uma máquina de costura, e assim nasceu a Esmat Wear, marca de bolsas e mochilas. De olho no mercado on-line e em seu futuro profissional, ele recentemente iniciou um curso de Informática.

"Eles me ajudaram a realizar meu sonho no Brasil. Agora, planejo crescer ainda mais, expandir a linha de produtos, como camisetas, e criar meu próprio site. Outro sonho é trazer minha família [afegã] para o Brasil", compartilha, exibindo um sorriso cheio de esperança.

Assista a um vídeo com Esmat aqui: https://www.instagram.com/p/C0NDtlPOAUQ/

(Texto incluído na plataforma em abril de 2024)