Dubenson Eduardo, natural da Venezuela, marceneiro em Boa Vista
Construção e Móveis
Dubenson Eduardo chegou no Brasil há três anos, junto com a esposa e dois filhos. A família deixou Valência, na Venezuela, por causa da crise econômica que vem castigando o país. A renda de Dubenson e da esposa, que trabalhava como engenheira química, passou a ser insuficiente para sustentar a família. “Em 2016 havíamos vendido muitos bens, estávamos ficando sem nada. Sobrou apenas uma máquina de costura industrial, que vendi para conseguir ir embora”, conta ele, que atraído pela tranquilidade e pela segurança da cidade, escolheu Boa Vista para ser seu lar no Brasil.
Na Venezuela, Dubenson trabalhava fazendo sofás, mas por conta do alto preço da matéria prima, aqui no Brasil ele resolveu empreender produzindo móveis de madeira. Além de bonitas e de boa qualidade, as obras do marceneiro trazem consigo outro diferencial: são todas feitas de material sustentável, seja madeira reciclada (pallets) ou certificada (pinus branco). Dubenson conta que faz questão de não usar madeira originária da Amazônia para produzir móveis, justamente por ter presenciado a destruição do bioma do lado venezuelano da fronteira, e por ver a triste história se repetir no Brasil. “É uma filosofia que tenho há muitos anos e, além disso, a madeira sustentável deixa os móveis ainda mais bonitos”, explica ele.
O empreendimento começou na residência de Dubenson, e atualmente funciona em um espaço alugado em Boa Vista. Os móveis são feitos sob medida: “O cliente entra em contato, explica o que quer e traz referências ou do meu próprio Instagram ou de outros sites, e eu faço”, explica Dubenson, que fabrica tanto peças para espaços residenciais quanto para estabelecimentos comerciais. Os moveis produzidos pelo talentoso marceneiro são vendidos por meio das redes sociais, que são gerenciadas por sua esposa. Futuramente, Dubenson pretende fazer moveis para venda a pronta entrega, pois mesmo diante dos desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19, suas vendas seguem estáveis: “acho que as pessoas acabaram ficando mais em casa e começaram a querer comprar mais móveis”.
(Texto produzido em Fevereiro de 2021)