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Clara, natural da Venezuela, chef de cozinha em Manaus-AM

Gastronomia

Clara

Crédito: Susanna Johns

Em 2016, a venezuelana Clara, aos 21 anos, tomou uma decisão corajosa: pôr fim a um relacionamento abusivo e buscar um recomeço para ela e seus dois filhos pequenos no Brasil. Foram quatro dias de uma jornada exaustiva de ônibus, caminhadas, caronas e muita esperança até conseguirem atravessar a fronteira. Com poucos recursos, Clara conseguiu se sustentar fazendo pequenos trabalhos temporários e, por fim, comprou uma passagem de Pacaraima para Boa Vista. Ela passou seis meses na capital vendendo bombons e outros itens nas ruas antes de decidir seguir para Manaus.

Na nova cidade, enfrentou uma série de desafios até finalmente começar a trabalhar em um restaurante. Foi nesse momento que viu sua família começar uma nova vida e descobriu sua paixão pela gastronomia. Aprendeu a preparar uma variedade de pratos brasileiros e enxergou uma oportunidade de negócio na área. Durante a pandemia, com o auxílio emergencial do Governo Federal, ela comprou alguns itens para sua cozinha e começou a preparar bolos e doces para vender nas ruas. Para aprimorar suas habilidades, buscou diversos cursos de gastronomia e empreendedorismo, participando em 2020 do projeto Mujeres Fuertes, uma iniciativa da associação Hermanitos, do Ministério Público do Trabalho (MPT-AM/RR) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

Com a capacitação, surgiu a ideia de fundar o Patronus Burger, um negócio de hambúrgueres artesanais. "Os primeiros tempos foram desafiadores, passava dias sem vender nada. Tentei divulgar nas redes sociais, mas não adiantou. Então, decidi estudar mais sobre marketing e também percebi a importância de mudar de localização", relata Clara.

A mudança de bairro para atender a um público diferente deu resultado. O negócio começou a prosperar e o serviço de entrega trouxe bons resultados. Clara comprou uma motocicleta para fazer as entregas em Manaus e conquistou uma boa clientela. No entanto, a incansável empreendedora já está planejando os próximos passos, que incluem abrir um espaço físico para atender os clientes e continuar aprimorando suas habilidades na área.

"Eu tenho fé. Quando cheguei ao Brasil, não tinha nada, só uma bolsa e meus dois filhos. Agora, toda vez que abro minha hamburgueria para trabalhar, me sinto feliz, porque alcancei meu objetivo: abrir meu próprio negócio para cuidar dos meus filhos e também poder trabalhar e ganhar dinheiro", celebra Clara.

(Texto incluído na plataforma em Abril de 2024)

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