Amarelis, natural da Venezuela, empreendedora em Manaus (AM)

Amarelis enfrentou uma tragédia pessoal devastadora com a morte de seu filho mais velho durante um assalto na Venezuela. O luto a consumiu por um ano, dificultando até mesmo as atividades mais básicas, como comer ou falar. A recuperação começou em Pacaraima (RR), na fronteira entre Brasil e Venezuela.

“Quando cheguei, percebi que poderia levantar meu rosto, que aqui poderia avançar”, afirma Amarelis.

Sozinha, ela veio desbravar um novo caminho no Brasil. Empreendedora na Venezuela, onde tinha um ateliê de costura e um ponto de venda de roupas, começou sua trajetória no Brasil vendendo café nas ruas. No entanto, a concorrência era intensa, e por sugestão de um senhor brasileiro, Amarelis mudou seu produto para chocolate quente.

“Fazia a receita venezuelana, que é mais cremosa. Preparava as garrafas térmicas e saía para vender. O pessoal gostava muito e me chamavam de Chocolate, me soava muito bonito isso”, relembra.

A pandemia trouxe novos desafios e uma queda nas vendas, forçando Amarelis, sua mãe, filhos e netos a se mudarem para Manaus. Com o calor da capital do Amazonas, ela precisou repensar seu produto. A partir da sugestão e receita da mãe, começou a preparar iogurtes gregos, naturais e até mesmo salgados. O nome do empreendimento, Chocolate House, ainda remete ao apelido carinhoso que recebeu em Pacaraima.

“Na Venezuela, eu nunca tinha feito uma torta, um bolo ou chocolate quente. Então, tive que aprender muita coisa no Brasil. Hoje preparo muitas coisas, mas meu forte são os iogurtes. Faço com geleia de fruta, salada de fruta e até de cupuaçu. Onde quer que eu vá, quando vou fazer algum curso ou participar de algo, sempre levo minha caixa térmica com meus iogurtes para vender”, comenta Amarelis.

Amarelis participa de feiras em Manaus, realiza entregas dos produtos e sonha em ter um espaço para comercializar seus iogurtes e quitutes e reunir famílias.

(Texto incluído na plataforma em julho de 2024)