Ninibe e Leonardo, naturais da Colômbia, artistas plásticos no Rio de Janeiro
Design e Arte
Foto: Luciana Salvatore
Os artistas plásticos Ninibe e Leonardo, colombianos, chegaram ao Brasil no fim de 2015, depois de viajar por mais de 9 mil quilômetros de carro com seus filhos. Partiram da Colômbia para chegar até Copacabana, no Rio de Janeiro, passando pelo Equador, Peru e Bolívia. A arte que tanto inspira o talento dos artistas foi também a causa que os forçou a deixar a Colômbia: eles sofreram perseguição de grupos paramilitares por realizarem atividades educativas com jovens.
“Partimos para ter nossa liberdade de volta, para podermos nos expressar através da arte. Fizemos uma longa viagem em busca da garantia dos nossos direitos. Agora estamos em um lugar onde podemos nos expressar sem preocupações, onde podemos almejar um futuro em segurança para nossos filhos”, afirma Leo, que é artista plástico há cerca de 20 anos.
O casal montou seu ateliê na avenida Atlântica com a rua Miguel Lemos, em Copacabana, onde turistas e moradores do Rio geralmente transitavam e se encontravam com os artistas, antes da pandemia.
“Tínhamos o hábito de interagir com as pessoas, compartilhando nossas técnicas de pinturas e também nossa história de vida e superação. Cada quadro que pintamos leva nossa identidade, nossa paixão pela arte. Nossos pincéis não carregam só tintas, carregam toda nossa história e sonhos”, descreve Ninibe, artista que pinta telas desde criança.
As telas que estavam expostas no ateliê agora estão expostas no Instagram dos artistas. São temas variados, em obras pintadas com diversas técnicas, desde pintura clássica tradicional até contemporânea, com tintas óleo, acrílica e aquarela. Tudo de acordo com o pedido dos clientes.
“Novamente estamos nos deparando com um futuro incerto. Chegar ao Rio de Janeiro com nossos filhos foi desafiador, mas superamos as dificuldades. Agora, estamos novamente enfrentando uma nova barreira. Mas temos nossa virtude, mantemos nosso talento e alimentamos a oportunidade de nos reinventar, mantendo o otimismo e compartilhando essa energia”, finaliza.
(Texto produzido em Março de 2020)